terça-feira, junho 29, 2004
O P.S.D.
Teresa de Sousa escreve :De repente, com a crise política aberta pela ida de Durão Barroso para Bruxelas, o país descobriu que o velho partido do sistema é já maioritariamente o partido de Santana Lopes. Que a mudança de geração que se está a operar desde a saída de Cavaco Silva ameaça trazer com ela um outro partido. Populista, "berlusconiano" à portuguesa - sem o aparato novo-rico do "cavallieri", nem os seus meios colossais - , ainda temperado pela peso da tradição social-democrata e conservadora do PSD. Mas muito mais próximo do PP de Paulo Portas. .
Aqui reside uma das chaves para o próprio P.S.D., em Conselho Nacional, decidir o seu futuro e, por arrasto, o do país. A base genética sociológica de apoio ao P.S.D., é constituída por um voto militante, fiel, onde a vaga memória do 25 de Abril ainda tem algum peso - pouco mas, porventura, decisivo - e, sobretudo, conservador. O mérito, o empenho e o esforço, são qualidades muito apreciadas por qualquer social-democrata português. É um partido interclassista, liberal, onde a igualdade de oportunidades, a competência, o trabalho, são a impressão digital do seu "património ético-político". Daí que, como bem observou António Barreto, seja o partido dos "self made man", daqueles que subiram a pulso, com a única ajuda do seu talento, da sua vontade e sacrifício. Dos autodidatas, cujo percurso de sucesso, foi construído sob o penhor de sangue, suor e lágrimas.
Será que este partido se revê, no recurso a expedientes formais, onde as prerrogativas estatutárias decidem o rumo dos acontecimentos? Sinceramente, duvido!
O P.S.D. é feito de gente de outra cepa. Onde a substância não cede perante os gongorismos requintados dos jogos palacianos, ou perante operações de cosmética política. Quem fez o P.S.D. é gente reformista mas de princípios éticos fortes e conservadores, onde a tradição é a segurança que permite ir mais além, para arriscar e obter sucesso.
Será que esta gente, as verdadeiras bases, estão com este P.S.D. fátuo, autista, embrenhado em justificações formalistas, que ao arrepio da transparência se fecha em conclave e designa um sucessor de Durão Barroso à porta fechada?
Será este P.S.D. cúmplice de uma decisão opaca e fracturante?
E se, o pseudo-indigitado Santana Lopes, é um homem de tanta coragem, como se diz, porque não recusa - de peito aberto - a sua putativa designação para Primeiro-Ministro e sugere um Congresso do partido? Para esclarecer, para dissipar dúvidas. Seria condicente com a imagem que pretende fazer transparecer.
De facto, tanta manigância, tanto expediente legal, oferece ao público deste folhetim, impressões de um "libretto" de faca e alguidar. Onde o jogo de bastidores desempenha o papel principal.
Este não é o P.S.D. que nos habituamos a conhecer. Não é, seguramente, o P.S.D. de muitos milhares de militantes e simpatizantes.
O partido não pode estar refém de um estratega e de uma estratégia. Tem que estar aberto à discussão, ao diálogo, livres, francos e abertos. Onde a imposição peregrina de soluções não seja uma característica própria, mas um defeito alheio. Um partido voltado para fora, com consciência de si e, sobretudo, desassombrado e livre...!
Aqui reside uma das chaves para o próprio P.S.D., em Conselho Nacional, decidir o seu futuro e, por arrasto, o do país. A base genética sociológica de apoio ao P.S.D., é constituída por um voto militante, fiel, onde a vaga memória do 25 de Abril ainda tem algum peso - pouco mas, porventura, decisivo - e, sobretudo, conservador. O mérito, o empenho e o esforço, são qualidades muito apreciadas por qualquer social-democrata português. É um partido interclassista, liberal, onde a igualdade de oportunidades, a competência, o trabalho, são a impressão digital do seu "património ético-político". Daí que, como bem observou António Barreto, seja o partido dos "self made man", daqueles que subiram a pulso, com a única ajuda do seu talento, da sua vontade e sacrifício. Dos autodidatas, cujo percurso de sucesso, foi construído sob o penhor de sangue, suor e lágrimas.
Será que este partido se revê, no recurso a expedientes formais, onde as prerrogativas estatutárias decidem o rumo dos acontecimentos? Sinceramente, duvido!
O P.S.D. é feito de gente de outra cepa. Onde a substância não cede perante os gongorismos requintados dos jogos palacianos, ou perante operações de cosmética política. Quem fez o P.S.D. é gente reformista mas de princípios éticos fortes e conservadores, onde a tradição é a segurança que permite ir mais além, para arriscar e obter sucesso.
Será que esta gente, as verdadeiras bases, estão com este P.S.D. fátuo, autista, embrenhado em justificações formalistas, que ao arrepio da transparência se fecha em conclave e designa um sucessor de Durão Barroso à porta fechada?
Será este P.S.D. cúmplice de uma decisão opaca e fracturante?
E se, o pseudo-indigitado Santana Lopes, é um homem de tanta coragem, como se diz, porque não recusa - de peito aberto - a sua putativa designação para Primeiro-Ministro e sugere um Congresso do partido? Para esclarecer, para dissipar dúvidas. Seria condicente com a imagem que pretende fazer transparecer.
De facto, tanta manigância, tanto expediente legal, oferece ao público deste folhetim, impressões de um "libretto" de faca e alguidar. Onde o jogo de bastidores desempenha o papel principal.
Este não é o P.S.D. que nos habituamos a conhecer. Não é, seguramente, o P.S.D. de muitos milhares de militantes e simpatizantes.
O partido não pode estar refém de um estratega e de uma estratégia. Tem que estar aberto à discussão, ao diálogo, livres, francos e abertos. Onde a imposição peregrina de soluções não seja uma característica própria, mas um defeito alheio. Um partido voltado para fora, com consciência de si e, sobretudo, desassombrado e livre...!
segunda-feira, junho 28, 2004
Marcelo, o tribuno do quarto poder
Marcelo Rebelo de Sousa feliz ou infelizmente, usa e abusa da sua, já consagrada, cátedra televisiva, estando a criar um precedente perigoso, uma vez que eleva o lugar de mero comentador televisivo a uma verdadeira instituição. Com direito - já o teve - a resposta por parte do Presidente da República, até. Ora, é a contradição, nos próprios termos, de muito do que tem vindo a criticar. O exagerado poder dos "media", o imediatismo, a superficialidade.
Porém, tem vindo a adquirir foros de senador da nação. Seguramente, o mais ouvido e glosado. Foi no uso dessa sua cátedra mediática, na TVI, que tentou explicar as linhas gerais do problema da saída de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia.
Deixou críticas veladas à sua saída, mas, sobretudo, disse tudo - sem nunca citar qualquer nome - sobre o propalado "facto consumado" da indigitação de Santana Lopes para o cargo de Primeiro-Ministro. Invocando Sá Carneiro - acima do partido está a social-democracia e acima da social-democracia está Portugal - e tecendo diversas considerações, quis deixar bem claro que a opção Santana é uma solução para o interior do partido, mas nunca à altura dos reais desafios que se colocam ao país. E deixou o mote a Sampaio para descalçar a bota, em caso da opção pela dissolução do Assembleia da República. Fazendo uma análise detalhada e cirúrgica da geo-estratégica política em causa, escalpelizou as várias opções para concluir: Santana jamais!!!
Ora, e independentemente, do meio que se serve, a sua atitude vale pela coragem e frontalidade. Tanto mais quanto vários jornais davam como garantido que o seu silêncio havia sido "comprado". Puro engano ou mentira retinta. De facto, Marcelo foi polido, conciso e, sobretudo, coerente. Assume a sua opinião, ao arrepio, do que aparenta ser a vontade do aparelho do P.S.D.. E teve um efeito telúrico: arrumou, seguramente, de vez, com a solução Santana Lopes.
E tem razão em cada letra do que diz. Santana não é, nem de perto nem de longe, o homem indicado para assumir o papel de Primeiro-Ministro. Primeiro porque não tem a mínima legitimidade para ser nomeado para tal cargo: foi eleito Presidente da Câmara, e assumiu um compromisso com Lisboa por um lado. Não lhe foi atribuído nenhum mandato, nem qualquer privilégio, para ser designado, ipso facto, como Primeiro-Ministro. Ao menos que haja alguma discussão pública. Os cidadãos têm direito a pronunicarem-se. Por outra banda, Santana não tem provas dadas. Não se lhe conhece uma ideia para o país. Mesmo para Lisboa, o conceito de cidade que a sua actuação fez transparecer - para além da vontade intrépida e obstinada em ser Presidente da República - foi: Parque Mayer recuperado por Frank O. Ghery; o túnel do Marquês; o diletantismo na escolha de um "poiso" para o famigerado Casino; as torres do Siza; e a publicidade ao próprio trabalho. Não é, também, um europeísta convicto. Mexe-se bem demais no aparelho partidário, o que faz recear laivos profundos de caciquismo no seu "modus operandi" - veja-se o célere apoio de Jardim. E, "last but not least", é incompreensível, como alguém que pretende ser Presidente da República, desiste da ideia e, de um momento para o outro, está, plenamente, disponível para ser chefe do Executivo. Tanta versatilidade dá que pensar...! Não denota nem coerência nem fidelidade a um rumo no seu percurso pessoal.
Santana, é, sem margem para dúvidas, o homem da oportunidade e do "carpe diem" político. Marcelo, percebeu e denunciou-o ao sublinhar as suas veleidades populistas.
Porém, tem vindo a adquirir foros de senador da nação. Seguramente, o mais ouvido e glosado. Foi no uso dessa sua cátedra mediática, na TVI, que tentou explicar as linhas gerais do problema da saída de Durão Barroso para a presidência da Comissão Europeia.
Deixou críticas veladas à sua saída, mas, sobretudo, disse tudo - sem nunca citar qualquer nome - sobre o propalado "facto consumado" da indigitação de Santana Lopes para o cargo de Primeiro-Ministro. Invocando Sá Carneiro - acima do partido está a social-democracia e acima da social-democracia está Portugal - e tecendo diversas considerações, quis deixar bem claro que a opção Santana é uma solução para o interior do partido, mas nunca à altura dos reais desafios que se colocam ao país. E deixou o mote a Sampaio para descalçar a bota, em caso da opção pela dissolução do Assembleia da República. Fazendo uma análise detalhada e cirúrgica da geo-estratégica política em causa, escalpelizou as várias opções para concluir: Santana jamais!!!
Ora, e independentemente, do meio que se serve, a sua atitude vale pela coragem e frontalidade. Tanto mais quanto vários jornais davam como garantido que o seu silêncio havia sido "comprado". Puro engano ou mentira retinta. De facto, Marcelo foi polido, conciso e, sobretudo, coerente. Assume a sua opinião, ao arrepio, do que aparenta ser a vontade do aparelho do P.S.D.. E teve um efeito telúrico: arrumou, seguramente, de vez, com a solução Santana Lopes.
E tem razão em cada letra do que diz. Santana não é, nem de perto nem de longe, o homem indicado para assumir o papel de Primeiro-Ministro. Primeiro porque não tem a mínima legitimidade para ser nomeado para tal cargo: foi eleito Presidente da Câmara, e assumiu um compromisso com Lisboa por um lado. Não lhe foi atribuído nenhum mandato, nem qualquer privilégio, para ser designado, ipso facto, como Primeiro-Ministro. Ao menos que haja alguma discussão pública. Os cidadãos têm direito a pronunicarem-se. Por outra banda, Santana não tem provas dadas. Não se lhe conhece uma ideia para o país. Mesmo para Lisboa, o conceito de cidade que a sua actuação fez transparecer - para além da vontade intrépida e obstinada em ser Presidente da República - foi: Parque Mayer recuperado por Frank O. Ghery; o túnel do Marquês; o diletantismo na escolha de um "poiso" para o famigerado Casino; as torres do Siza; e a publicidade ao próprio trabalho. Não é, também, um europeísta convicto. Mexe-se bem demais no aparelho partidário, o que faz recear laivos profundos de caciquismo no seu "modus operandi" - veja-se o célere apoio de Jardim. E, "last but not least", é incompreensível, como alguém que pretende ser Presidente da República, desiste da ideia e, de um momento para o outro, está, plenamente, disponível para ser chefe do Executivo. Tanta versatilidade dá que pensar...! Não denota nem coerência nem fidelidade a um rumo no seu percurso pessoal.
Santana, é, sem margem para dúvidas, o homem da oportunidade e do "carpe diem" político. Marcelo, percebeu e denunciou-o ao sublinhar as suas veleidades populistas.
domingo, junho 27, 2004
Nortadas
Parabéns ao Nortadas, pelo seu primeiro aniversário, e pelas boas aragens que, durante estes 12 meses, nos fizeram chegar... sempre atentas, perspicazes e oportunas.
quarta-feira, junho 23, 2004
A Constituição Europeia
É pena que algo de tão fundamental para o nosso futuro colectivo tenha passado tão despercebido, como passou a aprovação do tratado constitucional da União Europeia.
Independentemente das muitas críticas que lhe possam ser assacadas, não se poderá olvidar o inestimável mérito de ter aplacado dissensões, as mais díspares, e ter construído um mínimo denominador comum, qual último reduto, em que a generalidade dos representantes dos 25 se reviram. Como aqui já referi, muito embora a questão da omissão da tradição cristã não seja menor, tal facto não ensombrará o passo que foi dado.
A União Europeia precisava de um impulso, um golpe de asa, que a fizesse sair da letargia atávica em que se encontrava. Talvez este acordo seja um mote para que as instituições se motivem e possam motivar as várias nações do projecto Europeu.
A Europa de Jean Monet, e até de Delors já não é, seguramente, a Europa de Prodi e pós-Prodi. Alargou-se quase até aos Urais, absorveu parte do antigo bloco de Leste, e as suas fronteiras quase coincidem com as da Europa-continente. As necessidades que agora se apresentam, já não são, somente, as questões de paz e prosperidade, mas também as de liderança a nível mundial, a todos os níveis, e as de paradigma no respeito pelos direitos liberdades e garantias individuais. A que acrescem as exigências de segurança, que se reflectem nas demais. Os desafios que se colocam são superiores aos que presidiram à génese europeia e as expectativas que sobre a União recaiem, são muito mais exigentes.
Ora, toda esta epopeia político-administrativa supra-estadual, reclama sucesso. É, na verdade, uma grande nau, da qual somos todos marinheiros. A aprovação do tratado, veio, por isso, esclarecer as regras dos timoneiros, para que se possa levar a bom porto o projecto europeu. Desde logo a existência de um Presidente do Conselho bem como de um representate comum para os Negócios Estrangeiros, é algo de muito positivo, pois permite que apareçam rostos e líderes, que nesta fase de implantação da união, possam corporizar instituições cuja orgânica dificilmente é perceptível para os cidadãos. Assim colmatando um certo autismo de que a instâncias europeias têm vindo a ser acusadas.
Não sei se será o suficiente para relançar, com pujança, o projecto de uma Europa unida, mas é, sem margem para dúvidas, um bom começo. Não é com recuos que se progride, mas avançando, mesmo que temerariamente, já que este projecto deverá passar pelo crivo dos referendos em muitos dos estados membros. Apesar dos pesares, e dos reparos que podem ser feitos, a aprovação do tratado - que tanto provou com diletantismos e impasses - constituiu uma excelente notícia e um garante de que caminheremos para uma quimera de Europa, como espaço de Progresso, Liberdade, Democracia, Paz e Fraternidade.
Independentemente das muitas críticas que lhe possam ser assacadas, não se poderá olvidar o inestimável mérito de ter aplacado dissensões, as mais díspares, e ter construído um mínimo denominador comum, qual último reduto, em que a generalidade dos representantes dos 25 se reviram. Como aqui já referi, muito embora a questão da omissão da tradição cristã não seja menor, tal facto não ensombrará o passo que foi dado.
A União Europeia precisava de um impulso, um golpe de asa, que a fizesse sair da letargia atávica em que se encontrava. Talvez este acordo seja um mote para que as instituições se motivem e possam motivar as várias nações do projecto Europeu.
A Europa de Jean Monet, e até de Delors já não é, seguramente, a Europa de Prodi e pós-Prodi. Alargou-se quase até aos Urais, absorveu parte do antigo bloco de Leste, e as suas fronteiras quase coincidem com as da Europa-continente. As necessidades que agora se apresentam, já não são, somente, as questões de paz e prosperidade, mas também as de liderança a nível mundial, a todos os níveis, e as de paradigma no respeito pelos direitos liberdades e garantias individuais. A que acrescem as exigências de segurança, que se reflectem nas demais. Os desafios que se colocam são superiores aos que presidiram à génese europeia e as expectativas que sobre a União recaiem, são muito mais exigentes.
Ora, toda esta epopeia político-administrativa supra-estadual, reclama sucesso. É, na verdade, uma grande nau, da qual somos todos marinheiros. A aprovação do tratado, veio, por isso, esclarecer as regras dos timoneiros, para que se possa levar a bom porto o projecto europeu. Desde logo a existência de um Presidente do Conselho bem como de um representate comum para os Negócios Estrangeiros, é algo de muito positivo, pois permite que apareçam rostos e líderes, que nesta fase de implantação da união, possam corporizar instituições cuja orgânica dificilmente é perceptível para os cidadãos. Assim colmatando um certo autismo de que a instâncias europeias têm vindo a ser acusadas.
Não sei se será o suficiente para relançar, com pujança, o projecto de uma Europa unida, mas é, sem margem para dúvidas, um bom começo. Não é com recuos que se progride, mas avançando, mesmo que temerariamente, já que este projecto deverá passar pelo crivo dos referendos em muitos dos estados membros. Apesar dos pesares, e dos reparos que podem ser feitos, a aprovação do tratado - que tanto provou com diletantismos e impasses - constituiu uma excelente notícia e um garante de que caminheremos para uma quimera de Europa, como espaço de Progresso, Liberdade, Democracia, Paz e Fraternidade.
A persistência da memória: Ricardo Marques
Depois de ler estes posts, no Betanices, Vilacondense e Blogame Mucho, não podia deixar de me associar nesta memória, para mim persistente, de alguém, que aprendi a admirar. Lembro-me, como se fosse hoje, o dia em que recebemos a trágica notícia. A consternação profunda da voz amiga que, embargada, soluçou o seu nome e o da sua mãe...!
Desde criança, recordo os rasgados elogios que sempre, sobre ele, ouvi tecer. Era inteligente, culto, íntegro.. mas de todas as suas enormes qualidades, a que mais cintilava era o seu enorme bom coração, a sua capacidade inexcedível de entrega, de dádiva aos outros, com puro e genuíno desprendimento. Sem nada receber.
Um exemplo de abnegação, altruísmo e amor ao próximo, que pemanecerá muito para além da sua memória... pois as verdadeiras boas acções, primeiro guardam-se no coração de quem as viveu, e passam, pela força do paradigma, para o inconsciente dos homens. É aí que, tenho fé, perdurará.
Desde criança, recordo os rasgados elogios que sempre, sobre ele, ouvi tecer. Era inteligente, culto, íntegro.. mas de todas as suas enormes qualidades, a que mais cintilava era o seu enorme bom coração, a sua capacidade inexcedível de entrega, de dádiva aos outros, com puro e genuíno desprendimento. Sem nada receber.
Um exemplo de abnegação, altruísmo e amor ao próximo, que pemanecerá muito para além da sua memória... pois as verdadeiras boas acções, primeiro guardam-se no coração de quem as viveu, e passam, pela força do paradigma, para o inconsciente dos homens. É aí que, tenho fé, perdurará.
quarta-feira, junho 16, 2004
Aviz
Há coincidências ??? reveladoras : aos cem anos do Bloomsday, correponde o primeiro aniversário de um dos blogues referência nacionais. Parabéns ao Aviz.
O Sexto Império
O artigo de Paulo Rangel, hoje, no Público, faz parte do restrito leque de ensaios visionários, onde o uso de uma reveladora metalinguagem, refunda e decifra as chaves ocultas da nossa existência. Neste caso, do ser português.
Aí se expõem, com inusitada clarividência, os pilares míticos da portugalidade: a sua evolução, o seu efeito formador e conformador. O mito sebastianista, génese próxima do Quinto Império, e as suas leituras conjunturais, desde o Padre António Vieira, passando pela essência onírica de Pessoa, à visão antropológica - etnográfica - do Prof. Jorge Dias. Sem escamotear a visão filosófica, experimental e racional de Eduardo Lourenço. Está tudo lá.
Portugal entrega-se em holocausto, na ara desse templo maior chamado Europa. Para, assim, se cumprir. Numa dádiva oblativa a um conceito de Europa, que vem a ser a dos valores humanistas. A exaltação desse projecto paranacional, não poderá deixar de alcançar, em absoluto, a verdadeira dimensão do humanismo cristão. Por isso, esta nova dimensão - o Sexto Império - do mito cumpre-o: num campo puramente imaterial, despojado de qualquer interesse temporal menor! "Para passar o Bojador é preciso passar além da dor" (F. Pessoa), é nesse salto sem rede que o país se ganhará. "Morrendo" para renasncer.
Aí se expõem, com inusitada clarividência, os pilares míticos da portugalidade: a sua evolução, o seu efeito formador e conformador. O mito sebastianista, génese próxima do Quinto Império, e as suas leituras conjunturais, desde o Padre António Vieira, passando pela essência onírica de Pessoa, à visão antropológica - etnográfica - do Prof. Jorge Dias. Sem escamotear a visão filosófica, experimental e racional de Eduardo Lourenço. Está tudo lá.
Portugal entrega-se em holocausto, na ara desse templo maior chamado Europa. Para, assim, se cumprir. Numa dádiva oblativa a um conceito de Europa, que vem a ser a dos valores humanistas. A exaltação desse projecto paranacional, não poderá deixar de alcançar, em absoluto, a verdadeira dimensão do humanismo cristão. Por isso, esta nova dimensão - o Sexto Império - do mito cumpre-o: num campo puramente imaterial, despojado de qualquer interesse temporal menor! "Para passar o Bojador é preciso passar além da dor" (F. Pessoa), é nesse salto sem rede que o país se ganhará. "Morrendo" para renasncer.
Bloomsday
Leopold Bloom, o personagem central de "Ulisses" - a obra homérica de James Joyce e, seguramente, do séc. XX - e a descrição ubíqua e omnisiciente dos seus passos, hora a hora, juntamente com os de Stephen Dedalus, decorre no dia 16 de Junho de 1904. Desde, pelo menos, 1954, que os admiradores mais indefectíveis de Joyce, festejam esse dia. Uma obra onde os pormenores são obcessivos e essenciais: vão desde as fórmulas matemáticas à descrição detalhada de Dublin :"I want to give a picture of Dublin so complete that if the city one day suddenly disappeared from the earth it could be reconstructed out of my book."(James Joyce). Tudo se conjungando num todo ultrasistematizado e coerente. Uma verdadeira odisseia, em todos os sentidos.
segunda-feira, junho 14, 2004
Operação SKIP
As múltiplas intervenções em que Carlos Cruz se desdobrou, com artigo publicado incluído, provam, à saciedade, que o homem voltou. E em força... disposto a lavar a imagem!!! O estilo, o tom dissimulado, a escolha do momento, a fotografia da família, ultra visível, como pano de fundo, o "savoir faire", tudo denuncia um profissionalismo se lhe tirar o chapéu!
domingo, junho 13, 2004
Eleições II - A Indiferença do e no voto
Quanto ao desenlace das eleições, pouco ou nada haverá a acescentar. Porém, no que tange o seu contexto mais estrutural - o que releva - e olvidando as consequências mais conjunturais da contagem de votos, regista-se a assustadora indiferença do povo português - e do europeu - às instituições supra-estaduais da União.
Tal facto, deve-se, não só, à falta de lideranças fortes e carismáticas,mas também à imperceptibilidade, por parte da população em geral, das consequências das medidas tomadas pelas instituições europeias, ao que acresce a falta absoluta de noção do funcionamento orgânico das mesmas, ou seja, com funciona a tomada de decisões em Bruxelas. É um processo demasiado abstracto para que os cidadãos possam realizar a real importância do seu voto no processo decisório. E, não se poderá esquecer, o tão propalado alheamento e distanciamento da política, por parte destes mesmos cidadãos.
De facto, a falta de lideranças fortes assume, aqui, um papel de relevo - na verdade, a União Europeia, com o presidente da Comissão, Jacques Delors, teve o seu impulso decisivo. Como escreveu Manuel Maria Carrilho, no seu artigo do Expresso de 26/01/2002 :"Há homems (...) que propõem aos seus concidadãos um horizonte em que os sentidos das vidas individuais se cruza com o da esperança colectiva". E continua :"O carisma dos líderes, não é apenas um dom, como já dizia S. Paulo e Max Weber voltou a sublinhar. Ele constrói-se sempre no cruzamento, quantas vezes inesnperado, de uma visão e de um contexto, quando alguém consegue ligar certos problemas com determinadas respostas, espalhando esperança sobre a persistência de impasses". Ora, nestas frases, muito se explica no que tange à crise da vida política e suas lideranças. Há um verdadeiro autismo, em que, na solidão dos gabinetes se priveligiam os pequenos aparelhos partidário, e se governa para um partido e seus "lobbys" indefectíveis, esquecendo as reais esperanças da população. Relativamente ao Parlamento Europeu, esta surdez traduz-se num total desfazamento entre os seus dossiers e os dos estados nacionais, como aliás referiu Pacheco Pereira (na conferência Encontros do Porto, 25/11/02, no Palácio da Bolsa): "nove décimos do discutido no P.E., não tem nada a ver com as agendas políticas dos parlamentos nacionais". Este facto é absolutamente desmascarador e revelador da dissonância entre as instituiçoes europeias e os próprios cidadãos.
No entanto, há um plano, que transcendendo todos estes, é o reflexo perfeito desta falta de convergência: O plano do simbólico. Como aqui já referi no blog, é neste plano que as coisas se assumem e se revelam. Por isso, são apreensivas, as palavras de Eduardo Lourenço :" Cada cidadão europeu votará, assim, não na Europa política e militarmente impotente que é a nossa Comunidade Europeia, mas na Europa que cada nação é por si, pelo menos em termos da realidade mais ou menos partilhada na ordem de bem-estar e de modos de vida. Em suma, iremos votar na sua agradável aparência histórica-empírica, mas não em função da ideia de Europa e ainda menos por uma Europa como símbolo. Ora os símbolos é que são a realidade. Na falta de símbolo, iremos eleger um parlamento encarregado de representar uma entidade de conteúdo político virtual. É uma situação inédita na política do Ocidente, e porventura do mundo. É a ficção à procura da realidade.Apesar disso, é melhor do que ficarmos parados, glosando noite e dia a nossa colectiva impotência de gregos em tempos do novo império romano. Como estamos em paz, podemos dar-nos ao luxo de confiar o nosso futuro à boa vontade e ao dinamismo de um parlamento que só pelo número será pouco manejável ou ingovernável. Esperemos que nenhuns tártaros surjam no horizonte pata perturbar os nossos jogos bizantinos. Mas se vierem, ou se já estiverem dentro da nossa casa, à nossa espera, que Churchill futuro nos restituirá a paixão da liberdade, que é um outro nome da Europa?
Tal facto, deve-se, não só, à falta de lideranças fortes e carismáticas,mas também à imperceptibilidade, por parte da população em geral, das consequências das medidas tomadas pelas instituições europeias, ao que acresce a falta absoluta de noção do funcionamento orgânico das mesmas, ou seja, com funciona a tomada de decisões em Bruxelas. É um processo demasiado abstracto para que os cidadãos possam realizar a real importância do seu voto no processo decisório. E, não se poderá esquecer, o tão propalado alheamento e distanciamento da política, por parte destes mesmos cidadãos.
De facto, a falta de lideranças fortes assume, aqui, um papel de relevo - na verdade, a União Europeia, com o presidente da Comissão, Jacques Delors, teve o seu impulso decisivo. Como escreveu Manuel Maria Carrilho, no seu artigo do Expresso de 26/01/2002 :"Há homems (...) que propõem aos seus concidadãos um horizonte em que os sentidos das vidas individuais se cruza com o da esperança colectiva". E continua :"O carisma dos líderes, não é apenas um dom, como já dizia S. Paulo e Max Weber voltou a sublinhar. Ele constrói-se sempre no cruzamento, quantas vezes inesnperado, de uma visão e de um contexto, quando alguém consegue ligar certos problemas com determinadas respostas, espalhando esperança sobre a persistência de impasses". Ora, nestas frases, muito se explica no que tange à crise da vida política e suas lideranças. Há um verdadeiro autismo, em que, na solidão dos gabinetes se priveligiam os pequenos aparelhos partidário, e se governa para um partido e seus "lobbys" indefectíveis, esquecendo as reais esperanças da população. Relativamente ao Parlamento Europeu, esta surdez traduz-se num total desfazamento entre os seus dossiers e os dos estados nacionais, como aliás referiu Pacheco Pereira (na conferência Encontros do Porto, 25/11/02, no Palácio da Bolsa): "nove décimos do discutido no P.E., não tem nada a ver com as agendas políticas dos parlamentos nacionais". Este facto é absolutamente desmascarador e revelador da dissonância entre as instituiçoes europeias e os próprios cidadãos.
No entanto, há um plano, que transcendendo todos estes, é o reflexo perfeito desta falta de convergência: O plano do simbólico. Como aqui já referi no blog, é neste plano que as coisas se assumem e se revelam. Por isso, são apreensivas, as palavras de Eduardo Lourenço :" Cada cidadão europeu votará, assim, não na Europa política e militarmente impotente que é a nossa Comunidade Europeia, mas na Europa que cada nação é por si, pelo menos em termos da realidade mais ou menos partilhada na ordem de bem-estar e de modos de vida. Em suma, iremos votar na sua agradável aparência histórica-empírica, mas não em função da ideia de Europa e ainda menos por uma Europa como símbolo. Ora os símbolos é que são a realidade. Na falta de símbolo, iremos eleger um parlamento encarregado de representar uma entidade de conteúdo político virtual. É uma situação inédita na política do Ocidente, e porventura do mundo. É a ficção à procura da realidade.Apesar disso, é melhor do que ficarmos parados, glosando noite e dia a nossa colectiva impotência de gregos em tempos do novo império romano. Como estamos em paz, podemos dar-nos ao luxo de confiar o nosso futuro à boa vontade e ao dinamismo de um parlamento que só pelo número será pouco manejável ou ingovernável. Esperemos que nenhuns tártaros surjam no horizonte pata perturbar os nossos jogos bizantinos. Mas se vierem, ou se já estiverem dentro da nossa casa, à nossa espera, que Churchill futuro nos restituirá a paixão da liberdade, que é um outro nome da Europa?
Eleições
Os mandatos já estão todos atribuídos. Sempre se confirmam os 12 para o P.S. e 9 para o P.S.D.. As conclusões dos números:
- o P.S. é o partido vencedor, mantendo a votação das últimas eleições para o P.E. - não aumentou nem diminuiu;
- A Coligação, perdeu, tendo menos de 230.000 votos, em comparação com o produto da soma do "score" do PSD e PP, sozinhos, nas últimas Europeias;
- A C.D.U., resiste, mas foi quem mais votos perdeu, cerca de 50.000;
- O B.E. ganhou cerca de 100.000 votos - atrevo-me a concluir que metade provém da C.D.U., e a outra metade à totalidade do espectro político do eleitorado.
- A abstenção aumentou, o que corresponde a menos de cerca de 105.000 votos a menos.
- o P.S. é o partido vencedor, mantendo a votação das últimas eleições para o P.E. - não aumentou nem diminuiu;
- A Coligação, perdeu, tendo menos de 230.000 votos, em comparação com o produto da soma do "score" do PSD e PP, sozinhos, nas últimas Europeias;
- A C.D.U., resiste, mas foi quem mais votos perdeu, cerca de 50.000;
- O B.E. ganhou cerca de 100.000 votos - atrevo-me a concluir que metade provém da C.D.U., e a outra metade à totalidade do espectro político do eleitorado.
- A abstenção aumentou, o que corresponde a menos de cerca de 105.000 votos a menos.
quinta-feira, junho 10, 2004
Dia de Camões
"Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
(...)
Dai-me ua fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.
E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antiga liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Cristandade;
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Pera do mundo a Deus dar parte grande
Vós, tenro e novo ramo florecente
De ua árvore, de Cristo mais amada
Que nenhua nascida no Ocidente,
Cesárea ou Cristianíssima chamada
(Vede-o no vosso escudo, que presente
Vos amostra a vitória já passada,
Na qual vos deu por armas e deixou
As que Ele pera si na Cruz tomou);
Vós, poderoso Rei, cujo alto Império
O Sol, logo em nascendo, vê primeiro,
Vê-o também no meio do Hemisfério,
E quando dece o deixa derradeiro;
Vós, que esperamos jugo e vitupério
Do torpe Ismaelita cavaleiro,
Do Turco Oriental e do Gentio
Que inda bebe o licor do santo Rio"
Os Lusíadas, I, 3, 5-8
("Camões e D. Sebastião", José de Guimarães, 1980)
Dia de Portugal
A BANDEIRA:
O HINO:
"Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!"
Música: Alfredo Keil
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
O HINO:
"Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!"
Música: Alfredo Keil
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
quarta-feira, junho 09, 2004
A propósito da morte do Prof. Dr. Sousa Franco
A morte do Prof. Dr. Sousa Franco, trouxe, ínsita consigo, o carácter imponderável, imprevisível da nossa existência. Confrontando-nos, uma vez mais, com a radicalidade do ser, com as suas limitações. Numa palavra, "revela-nos" a finitude, a que não podemos escapar. Esta há-de ser sempre a grande questão da Humanidade, à qual não poderemos fugir, mas que tentamos, sempre, escamotear. Porque é dolorosa, porque é perturbadora, porque nos reduz à mera condição e ao elevado estatuto de mortais.
Porém, há algo mais, nesta aparente morte sem sentido - se é que haverá sentido algum ? - do Prof. Sousa Franco. Era um homem notável, uma inteligência superior, com propriedade e substância. De um comportamento ético irrepreensível, com carácter, fiel aos seus princípios e convicções. Numa palavra era um homem íntegro. Poderia não ser um bom homem - não sei - mas era, seguramente, um homem bom!!!
Esta imagem de integridade e robustez moral, viu-se traída pelo seu próprio coração e tombou... como as árvores!!! À sua volta... o burburinho da lota, acabada de abandonar, talvez ainda lhe ecoasse nos ouvidos. Gritos e apupos, urras e vivas, insultos e injúrias. Havia presenciado algo de muito pouco edificante. Uma luta fratricida ou melhor, parricida entre dois baronetes, qual deles o melhor, ou o pior???
Este espectáculo, deplorável e degradante, chamou, inevitavelmente, a atenção. Para o bem ou para o mal, não há como escapar-lhe, pois, ocorreu, momentos antes...! Numa campanha, já de si, manchada pelo insulto, teve neste acontecimento, o seu clímax e a sua catársis. Infeliz, fatídica e letal.
São pois estes os factos que se nos deparam. Tristemente. Assistiu-se, nesta lota, a uma das mais vis e infâmes peixeiradas que algumas vez nos foram proporcionadas. Ao bater no fundo da actividade política. Onde o móbil da acção não é o bem estar das populações, a defesa de convicções e princípios sérios e honestos, mas o interesse próprio, a bajulação, o opróbrio. O caciquismo no seu pior. O populismo no seu máximo expoente. O fiel retrato da política nacional. Cada vez mais mesquinha e mais interesseira. Onde os ódios pessoais, as vinganças iníquas e soezes se misturam com os falsamente propalados interesses locais, nacionais ou até político-partidários. Até estes já não são suficientes para fazer aplacar a mesquinhez rasca dos politiqueiros.
Aquilo que ali se passou, não pode passar incólume. Foi longe demais. Mas ninguém se interessa. Porquê? Porque não interessa a ninguém que o problema se resolva: eis a realidade, nua e crua!
O que aconteceu hoje, é um sinal de que, na verdade, não foi somente um homem de envergadura que pereceu. É todo um modus de ser político, é todo um múnus dos cargos públicos, orientado para o real interesse comum, que se desmorona. É a dignidade e a verticalidade que cede à mesquinhez e às falsas convicções. O despudor da carreira pessoal que desbarata o denodo daqueles que se sentem no cumprimento de um dever, com espírito de missão. A demagogia que esventra a democracia. É a Política que se desmorona em escombros feitos do vício da arrogância, do autoritarismo e da autocracia.
domingo, junho 06, 2004
A propósito de Ronald Reagan
Em 19 de Novembro de 1863, o presidente Abraham Lincoln, convidado por Davis Wills, proferiu as memoráveis palavras ínsitas no chamado Gettysburg Address, na consagração do cemitério homónimo. Em plena Guerra da Secessão (1861-65), da qual resultaram cerca de 600.000 mortos. Surgida pela oposição dos Estados do Sul - Estados Confederados:Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Geórgia, Flórida, Alabama, Mississippi, Louisiana, Arkansas, Texas e Tennessee - à tentativa de abolição da escravatura pelos estados já muito industrializados do norte - Estados da União :Virgínia ocidental (separada da oriental em 1861), Maryland, Delaware, Nova Jérsei, Connecticut, Rhode Island, Massachusetts, Maine, Nova Iorque, Vermont, Pensilvânia, Ohio, Indiana, Kentucky, Illinois, Missouri, Iowa, Wisconsin, Michigan, Minnesota, Kansas, Oregon e Califórnia. Aliás diz-se que decisivo, no norte, para o movimento contra a escravatura, foi o livro Uncle Tom's Cabin (A cabana do Pai Tomás) de Harriet Elizabeth Stowe uma ardente abolicionista que o publicou em 1852.
Mas, dizia, Lincoln, proferiu estas poucas mas memoráveis palavras, naquilo que se pode considerar um testemunho refundador dos Estados Unidos da América. Depois dos Founding Fathers, e da Guerra da Indepência, a possível nacionalidade Americana forjou-se nos campos da guerra intestina e fraticída, da Secessão. Fruto da determinação daqueles para quem a Liberdade, a Igualdade e Fraternidade era um projecto objectivo de civilização. Por isso, a América, mais do que ser a nação pioneira da democracia, muito se seviciou, para a defender e manter. A nação Americana nasceu da força do sangue derramado nos açougues dos seus próprios campos de batalha.
Daí que, pelo sofrimento dos que pereceram pela LIBERDADE, a nação americana sente-se o seu depositário. O seu defensor oficial e oficioso. Atentemos nas palavras de Lincoln:
"Fourscore and seven years ago our fathers brought forth on this continent a new nation, conceived in liberty and dedicated to the proposition that all men are created equal.
Now we are engaged in a great civil war, testing whether that nation or any nation so conceived and so dedicated can long endure. We are met on a great battlefield of that war. We have come to dedicate a portion of it as a final resting place for those who died here that the nation might live. This we may, in all propriety do. But in a larger sense, we cannot dedicate, we cannot consecrate, we cannot hallow this ground. The brave men, living and dead who struggled here have hallowed it far above our poor power to add or detract. The world will little note nor long remember what we say here, but it can never forget what they did here.
It is rather for us the living, we here be dedicated to the great task remaining before us--that from these honored dead we take increased devotion to that cause for which they here gave the last full measure of devotion--that we here highly resolve that these dead shall not have died in vain, that this nation shall have a new birth of freedom, and that government of the people, by the people, for the people shall not perish from the earth."
Muito do que são os Estados Unidos, passa por este conceito de que se revêm como os guardiães da democracia. É assim que é encarado o seu papel de um certo proselitismo e que, ao longo da sua história tem vindo a ser interpretado pelas outras nações - erroneamente - como uma das faces do imperialismo Americano.
Não se quer aqui arranjar uma desculpa para a actual administração norte-americana, e as suas marteladas na ferradura, no que tange ao dossier iraquiano. Mas, muito do seu papel, a nível global, radica nestes princípios a sua génese.
Vem também, isto, a propósito da morte de Ronald Reagan. Durante o exercício do seu múnus. Também ele foi apelidado de arrogante, imperialista, numa palavra, um falcão. Mas, na verdade, o que ficou para a História foi que foi durante os seus mandatos, e também por sua influência, se deu o colapso do bloco de Leste. A cortina de ferro, erguida aos olhos fleumáticos de Churchill, foi descerrada pelas mãos de Reagan. A sua política externa era, no mínimo, afirmativa, e em termos de armamento, deu a partida para uma verdadeira corrida: o projecto da Guerra das Estrelas, a ele se deve. Aliás, muitas das críticas actuais, já haviam servido ao ex-presidente norte-americano. Também ele ridicularizado por ter sido actor, tido como bronco e inculto. No entanto elevou a moral da nação norte-americana, reforçando o seu papel de superpotência, debilitada que estava pela política frouxa e infrutífera - no entanto louvável - do presidente democrata Jimmy Carter.
Por isso, mais do que imperialismo, mais do que arrogância, os Estados Unidos assumem um papel de liderança de farol da Liberdade, por vocação. Mesmo que, no caminhar para o seu desiderato, cometa muitas injustiças e, até, se contradiga. O desaparecimento de Reagan, relembrando-nos o seu testemunho, é disto mesmo exemplo.
Mas, dizia, Lincoln, proferiu estas poucas mas memoráveis palavras, naquilo que se pode considerar um testemunho refundador dos Estados Unidos da América. Depois dos Founding Fathers, e da Guerra da Indepência, a possível nacionalidade Americana forjou-se nos campos da guerra intestina e fraticída, da Secessão. Fruto da determinação daqueles para quem a Liberdade, a Igualdade e Fraternidade era um projecto objectivo de civilização. Por isso, a América, mais do que ser a nação pioneira da democracia, muito se seviciou, para a defender e manter. A nação Americana nasceu da força do sangue derramado nos açougues dos seus próprios campos de batalha.
Daí que, pelo sofrimento dos que pereceram pela LIBERDADE, a nação americana sente-se o seu depositário. O seu defensor oficial e oficioso. Atentemos nas palavras de Lincoln:
"Fourscore and seven years ago our fathers brought forth on this continent a new nation, conceived in liberty and dedicated to the proposition that all men are created equal.
Now we are engaged in a great civil war, testing whether that nation or any nation so conceived and so dedicated can long endure. We are met on a great battlefield of that war. We have come to dedicate a portion of it as a final resting place for those who died here that the nation might live. This we may, in all propriety do. But in a larger sense, we cannot dedicate, we cannot consecrate, we cannot hallow this ground. The brave men, living and dead who struggled here have hallowed it far above our poor power to add or detract. The world will little note nor long remember what we say here, but it can never forget what they did here.
It is rather for us the living, we here be dedicated to the great task remaining before us--that from these honored dead we take increased devotion to that cause for which they here gave the last full measure of devotion--that we here highly resolve that these dead shall not have died in vain, that this nation shall have a new birth of freedom, and that government of the people, by the people, for the people shall not perish from the earth."
Muito do que são os Estados Unidos, passa por este conceito de que se revêm como os guardiães da democracia. É assim que é encarado o seu papel de um certo proselitismo e que, ao longo da sua história tem vindo a ser interpretado pelas outras nações - erroneamente - como uma das faces do imperialismo Americano.
Não se quer aqui arranjar uma desculpa para a actual administração norte-americana, e as suas marteladas na ferradura, no que tange ao dossier iraquiano. Mas, muito do seu papel, a nível global, radica nestes princípios a sua génese.
Vem também, isto, a propósito da morte de Ronald Reagan. Durante o exercício do seu múnus. Também ele foi apelidado de arrogante, imperialista, numa palavra, um falcão. Mas, na verdade, o que ficou para a História foi que foi durante os seus mandatos, e também por sua influência, se deu o colapso do bloco de Leste. A cortina de ferro, erguida aos olhos fleumáticos de Churchill, foi descerrada pelas mãos de Reagan. A sua política externa era, no mínimo, afirmativa, e em termos de armamento, deu a partida para uma verdadeira corrida: o projecto da Guerra das Estrelas, a ele se deve. Aliás, muitas das críticas actuais, já haviam servido ao ex-presidente norte-americano. Também ele ridicularizado por ter sido actor, tido como bronco e inculto. No entanto elevou a moral da nação norte-americana, reforçando o seu papel de superpotência, debilitada que estava pela política frouxa e infrutífera - no entanto louvável - do presidente democrata Jimmy Carter.
Por isso, mais do que imperialismo, mais do que arrogância, os Estados Unidos assumem um papel de liderança de farol da Liberdade, por vocação. Mesmo que, no caminhar para o seu desiderato, cometa muitas injustiças e, até, se contradiga. O desaparecimento de Reagan, relembrando-nos o seu testemunho, é disto mesmo exemplo.
O Dia D
O início do fim das forças do Eixo. O dia D: o dia de toda a Esperança!!!
O Dia D hora a hora: aqui!
O Plano: aqui!
O inicío da Vitória:
O Dia D hora a hora: aqui!
O Plano: aqui!
O inicío da Vitória:
sexta-feira, junho 04, 2004
Soneto da separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
(Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
quinta-feira, junho 03, 2004
Julian Schnabel
Large Girl with No Eyes, 2001
Julian Schnabel, pintor e realizador norte-americano, um dos artistas contemporâneos de renome, inaugurou uma exposição na galeria do Palácio Velazquez em Madrid. O realizador de "Before night falls" - sobre a vida do poeta cubano Reinaldo Arenas - mostra cerca de 60 telas figurativas e abstractas, onde dilui o espírito inquieto da actualidade. Extremamente ecléctico, pelas suas telas são notórias as influências dos clássicos, e o arrojo provocador do abstraccionismo conceptual. Picasso e Pollock, este com as suas grandes telas, foram marcantes. A par com Gaudí, que lhe "ofereceu" um lastro corporizado no recurso aos mais variados materiais como possibilidade criativa. Ao socorrer-se das mais díspares "musas", parece elogiar um pós-modernismo pictórico, mas só aparentemente. Pois permite-se uma versatilidade de técnicas e conceitos que tornam o resultado da sua arte verdadeiramente livre e, diria, globalizada.
quarta-feira, junho 02, 2004
O trânsito de Vénus
Faltam, aproximadamente 6 dias, 5 horas e 23 minutos, para um dos mais raros fenómenos astronómicos ocorrer. A órbita do segundo planeta do sistema solar a contar do sol irá passar entre a nossa estrela e a Terra. O fenómeno foi previsto pela primeira vez por Johannes Kepler (1571-1630), para 6 de Dezembro de 1631, mas infelizmente não viveu o suficiente para o observar. O trânsito seguinte, que ocorreu a 4 de Dezembro de 1639, foi previsto com um mês de antecedência por Jeremiah Horrocks (1619-1641). Horrocks juntamente com William Crabtree foram os únicos a observar um trânsito de Vénus no séc. XVII, e os primeiros a utilizar o telescópio para o efeito. O último trânsito ocorreu há 122 anos, em 1882. Portanto, não há seguramente nenhuma testemunha viva do facto!!! O trânsito de 2012 não será visível da Europa e os próximos ocorrerão em 2117 e 2125.
Dá que pensar... como dizia William Harkness, astrónomo norte-americano, em 1882: "We are now on the eve of the second transit of a pair, after which there will be no other till the Twenty-First century of our era has dawned upon the earth, and the June flowers are blooming in 2004.... What will be the state of science when the next transit season arrives God only knows." Parafraseamo-lo: daqui a 113 anos, qual o estado da ciência, e do Mundo? Aqui está um acontecimento, sem dúvida, para contar aos netos...!!! Para saber mais aqui e aqui.
Dá que pensar... como dizia William Harkness, astrónomo norte-americano, em 1882: "We are now on the eve of the second transit of a pair, after which there will be no other till the Twenty-First century of our era has dawned upon the earth, and the June flowers are blooming in 2004.... What will be the state of science when the next transit season arrives God only knows." Parafraseamo-lo: daqui a 113 anos, qual o estado da ciência, e do Mundo? Aqui está um acontecimento, sem dúvida, para contar aos netos...!!! Para saber mais aqui e aqui.
terça-feira, junho 01, 2004
Vila do Conde Quasi Diário
O Vila do Conde Quasi Diário, é um dos meus blogs de consulta diária, ou pelo menos, sempre que visito a blogosfera, vou, religiosamente, ler os sempre pertinentes textos do Six. Passou a ser um companheiro que aprendi a seguir com interesse e admiração. E, como todos aqueles com quem convivemos, afeiçoamo-nos. É assim com o Quasi Diário, de certa maneira - mesmo neste ambiente blogosférico, virtual e nada "cosy" - é um companheiro insubstituível e irrepetível. E ao acabar, como nos diz Saint Éxupery, é um pouco de nós que também parte...! Mas não quero aqui escrever um epitáfio, nada disso: pelo contrário, daqui manifesto o meu mais profundo protesto contra o final do Quasi Diário. E tenho a mais firme esperança que reconsidere a sua decisão. A bem dos seus indefectíveis leitores.
Assis/Almeida
Francisco Assis, é um político ainda jovem, provindo da "interior" Câmara Municipal de Amarante. Depois, foi um brilhante líder da bancada socialista na Assembleia da República. No caso Felgueiras, a independência demonstrada na lide do "affaire", elevou-o à galeria dos políticos sérios e a sério que se pautam pela sua consciência e não pela consciência dos outros - leia-se: por aquilo que os outros irão pensar.
Porém, esta alta torre de marfim, quase se esboroou...!
Muito surpreenderam, na convenção autárquica socialista de Vila do Conde, as suas afirmações defendendo a re...re...re...re...re...recandidatura de Mário Almeida a edil vilcondense. Suponho ser a sétima vez que o homem se candidata. Ora, algum político sério, cujo critério de actuação, não seja o do voto pelo voto, mas o do bem comum, poderá pugnar pela manutenção, "ad aeternum" de um autarca. Por mais exemplar que seja o autarca - e este não o é - há sempre efeitos perniciosos. Desde logo a acomodação ao poder não é salutar para o bom funcionamento da instituição autárquica. Salvo se pretendermos tornar a autarquia numa autocracia, como, infelizmente, é o caso!!!
É pena que Assis se tenha deixado enlevar pelo canto da sereia dos baronetes locais. Ele que parecia imune à "autarquiite" dominante dos aparelhos partidários.
Com o seu beneplácito legitimador, a recandidatura está garantida... mesmo quando se sentem algumas vozes dissinantes e muito desconforto, no seio do P.S. vilacondense.
Porém, esta alta torre de marfim, quase se esboroou...!
Muito surpreenderam, na convenção autárquica socialista de Vila do Conde, as suas afirmações defendendo a re...re...re...re...re...recandidatura de Mário Almeida a edil vilcondense. Suponho ser a sétima vez que o homem se candidata. Ora, algum político sério, cujo critério de actuação, não seja o do voto pelo voto, mas o do bem comum, poderá pugnar pela manutenção, "ad aeternum" de um autarca. Por mais exemplar que seja o autarca - e este não o é - há sempre efeitos perniciosos. Desde logo a acomodação ao poder não é salutar para o bom funcionamento da instituição autárquica. Salvo se pretendermos tornar a autarquia numa autocracia, como, infelizmente, é o caso!!!
É pena que Assis se tenha deixado enlevar pelo canto da sereia dos baronetes locais. Ele que parecia imune à "autarquiite" dominante dos aparelhos partidários.
Com o seu beneplácito legitimador, a recandidatura está garantida... mesmo quando se sentem algumas vozes dissinantes e muito desconforto, no seio do P.S. vilacondense.