<$BlogRSDUrl$>

terça-feira, novembro 23, 2004

O último post 

O Glosas fica por aqui. Neste Novembro soalheiro e frio. Vou sentir falta das glosas à guiza de desabafo. Das pequenas demandas blogosféricas, das pequenas confissões, dos estados de alma, da partilha da opinião...!
Mas o tempo urge... e não se desdobram os minutos em horas...!!! Ficaram as palavras - não todas mas as possíveis - ficaram as ideias, numa partilha construtiva e aberta. Como um laboratório de impressões quotidianas.
Na blogosfera, espaço de liberdade por excelência, reconheci um tempo de crescimento. Pois os valores em que acreditamos nunca se conquistam... vão-se perseguindo... para podermos ir sempre um pouco mais além....
Já leda e mansa vai a noite... é hora de recolhimento. Aqui me despeço, sabendo que um pouco de mim aqui ficou, nestas páginas ciber-virtuais.
Com enorme gratidão: um bem haja a todos quanto acompanharam o Glosas!!!
Até sempre!!!

quarta-feira, novembro 03, 2004

America... 

O nordeste dos Estados Unidos, Grandes Lagos e Pacífico votou Kerry, o sul e o oeste, votou Bush - concedendo-lhe, de resto, vitórias quase esmagadoras. L.A., New York, Boston, Philadélfia, Chicago, San Diego versus Dallas, Atlanta, Las Vegas, Florida, Phoenix, New Orleans, Memphis. Eis o retrato de uma nação que expõe as suas entranhas ao Mundo. Por muito que custe, é uma evidência sem carecer de demonstração que o voto republicano é muito "country", suburbano, pouco culto, provindo da América profunda. Foi induzido por meia dúzia de ideias fortes que a campanha de Bush magistralmente foi difundindo. E a mensagem - ressalta à evidência - passou.
O voto democrata, é um voto eminentemente urbano, mais culto.
Alguém verá Carry Bradshaw - personagem dessa série maior que é "Sex and the city" - a votar Bush??? Ou porventura a Edith de "Soap" votaria Kerry???
A América revelou que, afinal, ínsitas em si não residem muitas mas, apenas, duas Américas.
Dir-se-ia, todavia, que uma nação assim dividida, é um país fragilizado.Porém, é aqui que reside a força da mais pujante nação mundial.
Consegue acolher no seu seio desde os hispânicos, aos negros, às elites brancas; dos intelectuais aos artistas, passando pelos "cowboys" e os "marines". Dos motoqueiros das Harley Davidson, aos Cadillacs, dos condutores dos Lexus aos fanáticos das Van. Dos fundamentalistas religiosos, dos Amish, dos Judeus, dos Protestantes aos mais inveterados agnósticos. Do esqui de Aspen aos estádios de baseball. Das fortunas dos Gettys ou da Fundação Guggenheim, às escuras fortunas de Las Vegas...! Das.....!
Não há, por isso, uma linha "mainstream" que formate o ser americano.
Na sua diversidade multicultural, está o segredo do "Império". Auto-suficiente, auto-consciente. E, contudo, do próprio resultado eleitoral parece resultar um diagnóstico de autismo: a América fez ouvidos de mercador às vozes do Mundo. Nada mais falso. O Mundo é a própria América!!!

terça-feira, novembro 02, 2004

America's choice 



Nestas eleições, as mais disputadas de que tenho memória, em que dois americanos se candidatam para ocuparem o lugar em frente à secretária da sala oval, defrontam-se duas visões distintas sobre a América e o Mundo.
No que tange à política interna, temos um W. Bush mais liberal que nunca, que confia cegamente na potencialidade auto-reguladora das forças do mercado. Quanto aos "ethic or moral issues", estriba o seu pensamento num dogmatismo ferverosamente religioso, que influencia todos os seus princípios conservadores.
O unilateralismo é a sua mundivência no concerne a política Mundial.
Já Kerry propõe uma via mais diplomática e multilateral, não se furtando mesmo a destacar o papel da ONU e dos aliados europeus. Menos liberal em termos de políticas económicas, não regateia a contribuição do papel do Estado em termos de educação, saúde e segurança social. Relativamente aos assuntos quentes da agenda mediática interna - aborto, células estaminais, homossexualidade - tem uma postura mais "open-minded".
Bush vem do sul, do Texas, da América interior, curtida por um sol escaldante e impiedoso. Kerry, do Massachussets, filho da velha elite cultural e económica (Forbes) dos E.U.A, da Costa Leste. Onde os Invernos são frios mas temperados por Verões amenos e agradáveis. Bush surge como rosto da América profunda, pouco culta, trabalhadora e muito puritana: "In God we trust". J. Forbes Kerry, provém da velha aristocracia, do norte, erudita, que forjou os princípios da nação americana, aboliu a escravatura, sempre fiel aos seus princípios liberais. Quase diríamos, não fosse a simplicidade redutora do enunciado, que estaríamos perante o oitocentista confronto entre o Norte e o Sul: uma segunda guerra da Secessão. Que, no sentido literal, de facto o é, por os E.U.A. estarem, na verdade, divididos como as duas metades de uma laranja.
Porém, se a nível interno as diferenças são substanciais e pressupõem uma mundividência socio-economico-política distinta, a nível internacional tal constatação não colhe.
Seja quem for o presidente dos Estados Unidos, estará sempre refém dos poderosíssimos interesses económicos americanos. À mercê do próprio estatuto de uma nação que é a única superpotência mundial. E da inescamoteável ameaça do novo século, o Terrorismo.
Mais ou menos proselitista, mais ou menos ingerente, mais ou menos beligerante, mais ou menos sensato, qualquer Presidente americano é sempre um afirmativo e incontornável protagonista. Cujas decisões afectam, de forma indelével, o curso da nossa história.
Na verdade, a vertigem centrípta de uma América como farol do Mundo, repositório autoproclamado dos valores da nossa civilização, arrasta uma natural e nunca realizada prepotente liderança.
É incontornável : naquilo que diz respeito à "polis mundial" - cujo único e verdadeiro cidadão é o povo americano - todas as diferenças que se possam afectar a cada um dos candidatos, se esbatem e se reconduzem a uma mera questão de estilo...!!!
A águia - imagem que se esvai na bruma dos tempos como símbolo de grandes impérios no Ocidente - é, agora, Americana!!!




This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter